domingo, dezembro 07, 2008

Love me or Kill me

Purificámo-nos.
Rasurámos todas os artifícios da vida, restando-nos apenas a noite e as emoções em estado puro.


(Sarah Kane)

Sarah Kane ensinou-nos a amar sem limites, ensinou-nos a dor sem limites.
Qualquer espaço confinado - uma universidade, um hospital, um sanatório - campos de concentração onde os que não conseguem a música solar do mundo, funestamente fazem uso do seu poder para nos confinar ao espaço inabandonável do nosso corpo.

Na noite, somos apenas torsos desprovidos de membros, mudos.
Serei prostituta, venderei o meu corpo por dinheiro e prazer. Serei a gloriosa união dos corpos dos irmãos, em amor trazido dessa dimensão proibida e divina.

Serei.

Mas o meu nome é Tinker.
Corto-te a língua, as mãos, os pés. Impeço que ames e sequer pronuncies a palavra amor e faço-te queimar todas a cartas dela e todas as fotografias dela e todas as memórias dela e a comer todos os bombons, todas as flores que um dia lhe deste e a engolir as jóias e todas as bijuterias insignificantes que ias comprando quando dela te lembravas. Obrigo-te a enforcar-te com as meias de vidro dela, cheirando a ela.
Dobrarei o metal da vossa/nossa/tua/minha vida.

1 Comments:

At domingo, 07 dezembro, 2008, Blogger RaKeLLy said...

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